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07 Setembro 2021

João Correia classifica-se em 6º nos Jogos Paraolímpicos de Tóquio

Um sonho tornado realidade e um sentimento de dever cumprido

A estreia de João Correia no maior evento desportivo do mundo - os Jogos Paraolímpicos de Tóquio - foi recheada de imprevistos e situações inusitadas. Mesmo correndo com alguns obstáculos, o excecional 6º lugar alcançado e o incrível espírito de superação e motivação que o caracterizaram, transformaram esta aventura numa experiência inesquecível. A Água Monchique, parceira do atleta nesta caminhada olímpica, foi ouvir na primeira pessoa o relato desta extraordinária aventura.


AM  - Quais as principais dificuldades que o João Coreia encontrou na estreia nos Jogos Paraolímpicos?


JC - As principais dificuldades encontradas tiveram a ver com o sistema de transportes oficiais da organização para os atletas em cadeiras de rodas, da modalidade de atletismo. Um simples treino poderia demorar cerca de 4 horas, contabilizando apenas o tempo com a deslocação (impensável e intolerável em competições a este nível). Tendo em conta o facto de nos ter sido privada a utilização da pista de competição, eu e outros atletas optamos por treinar na Aldeia Olímpica.


AM - O resultado alcançado vai de encontro às expectativas do João?

JC - A posição (6º lugar) sim, apesar de o tempo ter ficado aquém do esperado, muito devido a um problema mecânico quando já me encontrava na câmara de chamada, onde não nos é permitido receber assistência. Foi por muito pouco que consegui chegar a competir, tendo o sistema de direção da minha cadeira de competição acabado por partir assim que cheguei à zona de entrevistas. Foi extremamente frustrante, tanto treinar para acontecerem situações impensáveis e injustificáveis momentos antes de entrar em competição.


AM- Como foi a preparação do João para os Jogos Olímpicos?

JC - Atribulada, só quem comigo passou por todos estes anos que antecederam os Jogos, é que percebe as montanhas que foram subidas, os sacrifícios que foram feitos, as dores que foram superadas, os obstáculos que foram derrubados, a força, coragem e toda a capacidade de resiliência necessária. Seria de todo impossível realizar este sonho sozinho, onde aproveito para agradecer a quem me acompanhou neste sonho cumprido em pista.


AM- como descreveria esta primeira participação nos Jogos Paralímpicos?


JC -  Um sonho tornado realidade e sentimento de dever cumprido. Quis o destino que este marco fosse assinalado 20 anos após o início da luta por este sonho, naqueles que foram os mais desafiantes, mais dispendiosos e difíceis jogos da história.