O título "Mecânica da Água e do Tempo" refere-se por um lado ao mecanismo de produção, no seu carácter mais industrial e sistemático, e por outro lado à complexidade a que o tempo nos pode sujeitar. “Sem um uso controlado desse Tempo, teria sido impossível obter alguns dos efeitos fotográficos exibidos. Ele é o fator que dá enquadramento à mecânica da água e relativiza todos os processos inerentes”, explica Pedro Queiroga.
Esta exposição, que integra a coleção privada da Sociedade da Água de Monchique, é composta por 23 fotografias que retratam de forma ímpar os diversos momentos do processo de engarrafamento da Água Monchique, abordados de uma perspetiva menos óbvia, mais criativa, menos imediatista e mais entrópica.
Sob o olhar do artista plástico, a mecânica da unidade industrial da Água Monchique assume o devido protagonismo. “Mostra o que seria impossível de ver a olho nu. Tudo o que outrora foi concebido para funcionar, hoje desempenha assumidamente o seu papel, ainda que inestética e discretamente em local (porventura) inacessível. Nada pode ser negligenciado num sistema de engenharia tão complexo como o de um complexo industrial”, remata o artista.