Com o início da Primavera chega também a comemoração do Dia Internacional da Felicidade. Assinalado pela primeira vez em 2013, este Dia teve como inspiração o reino do Butão, onde a felicidade é considerada o sentimento mais importante do PIB (Produto Interno Bruto), sendo mesmo substituído, na década de 70, pelo índice de Felicidade Interna Bruta (FIB).
O Dia Internacional da Felicidade tem como objetivo promover a consciencialização sobre a importância da felicidade na vida das pessoas, incentivando a reflexão sobre o que as faz verdadeiramente felizes e sobre as formas de cultivar mais momentos de alegria e satisfação no seu quotidiano.
Quando falamos de felicidade, falamos também de relações, de segurança e bem-estar e de ambientes saudáveis e produtivos. Quando sentimos confiança, conforto e liberdade ao expressarmos as nossas ideias, opiniões e emoções, sem receio de represálias, rejeição ou julgamentos negativos, sentimo-nos mais comprometidos, ajudamos mais os colegas, assumimos mais responsabilidades, reconhecemos e corrigimos erros com mais facilidade e procuramos soluções mais inovadoras para os desafios com que nos deparamos no dia-a-dia.
Este é o conceito de segurança psicológica, através do qual as organizações tendem a inovar mais rapidamente, a obter benefícios da diversidade e a desenvolver uma maior capacidade de adaptação à mudança.
Quando trabalhamos em ambientes onde não existe esta segurança psicológica, ficamos mais expostos ao stress, à ansiedade e ao medo, o que pode resultar em baixa autoestima e menor compromisso. As equipas tendem a afastar-se dos desafios, dificuldades e da resolução de eventuais conflitos interpessoais, seja por receio de se expor ou na esperança de que o problema se resolva por si só.
Alguns sinais que nos podem levar a questionar sobre a segurança psicológica nas nossas organizações: i) as pessoas não fazem perguntas nem partilham ideias; ii) os projetos demoram demasiado tempo a ser implementados; iii) a radio alcatifa cresce; iv) aumento da taxa de absentismo; v) falta de conexão entre as pessoas.
É responsabilidade das organizações e dos líderes criar ambientes que promovam a segurança psicológica dos seus colaboradores, através de práticas de transparência, inclusão, comunicação aberta, escuta ativa, feedback construtivo, feedforward, estabelecimento de relações de confiança e do respeito pela diversidade de opiniões, pontos de vista e diferentes personalidades. A segurança psicológica é fundamental para o bem-estar e a produtividade das equipas.
20 de março 2024
Filipa David
